Dez da manhã de quarta-feira pré-carnaval e ouço de minha janela a banda tocando “Cabeleira do Zezé”. No Rio de Janeiro, o carnaval chega antes e vai embora depois... ou melhor, o carnaval não acaba... o Rio é o carnaval e o carnaval é o Rio. Ambos se confundem. Ambos são irreverentes, não se levam a sério, riem de si mesmos, são oposição, contrários à ordem vigente, anárquicos...
Mas, nos últimos tempos, nossos governantes teimam em contrariar nossa própria vocação, tentando impor mais lei, ordem, controle, segurança... palavras que definem um sentimento de medo profundo de uma pequena parcela da sociedade contra a maior parte de nossa população... o medo está atrelado ao preconceito, ao distanciamento, ao desconhecimento do outro, do estranho... que está ali, do seu lado e é, ao mesmo tempo, tão diferente, mas tão igual a você.
É por isso, meus amigos, que proponho o rebatismo de nossa cidade para São Sebastião do Rio de Fevereiro. Uma refundação que represente uma cidade mais democrática, mais alegre, mais viva, mais feliz. E, ao mesmo tempo, menos institucional, menos oficial, menos gentrificada, menos mercadológica, menos fria, menos desumana...
E bom carnaval a todos!
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