terça-feira, fevereiro 11, 2014

Aos trinta e cinco

Singro as águas revoltas do rio ao largo da costa
Castigam-me o vento, a chuva, o sol e o sal
Mantenho o torso desnudo e a pele exposta
Procuro em porto seguro abrigo de todo o mal

Olhos marejados, corpo exausto, pernas e braços reagem
O medo se faz companheiro de viagem
O erro ensina e nos traz a coragem

Do alto da montanha avisto-me ao barco
Vejo-me ao longe, ao passo e ao largo
Afasto-me para contemplação e reflexão
Erro e acerto, sucesso e fracasso
Corrigindo a rota, realinhando o prumo

Serenidade, paciência
Temperança, resignação
Bom humor, persistência
Foco e determinação
Indispensáveis em qualquer navegação

Sigo em águas tranqüilas ou bravias
Instabilidade sujeita a calmarias
Onde o porto seguro é passageiro
E a liberdade além da linha do horizonte.

Ciço Pereira
10 de fevereiro de 2014.

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