Desistir não é simplesmente abandonar
É principalmente transgredir, transformar
É acima de tudo subverter
Refugar, arremeter
Freiar, estancar, respirar
É entrar em contato
Com o elemento acomodado
E incomodá-lo
Desacostumar-se
Soltar a gravata
Da forca libertar-se
Do opressor que maltrata
Para desistir é preciso coragem
Deixar o porto seguro
Que já ficou escuro
E lançar-se no vazio
Mudar de lugar
Submeter-se ao calor e ao frio
Abdicar à paisagem
Que agora não passa de miragem.
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