Recentemente recebi uma notícia muito triste. Chegou por diversas fontes, porém todas as informações eram confusas, o que dava margem a dúvidas quanto à sua fidedignidade. Em face da onda de violência que assola a cidade, entretanto, não deixei de sentir profundo pesar. Conheci-o em um boteco de Vila Isabel em uma roda de samba com amigos em comum. Em meio a rodadas de cerveja e sambas, falava também de política. Era o mais eloqüente e criativo do grupo. Puxava os sambas e também compunha os seus.
Apesar disso, era tímido... não, não, reservado é melhor. Reservado ao falar de si. Contudo, não se furtou em contar suas histórias pessoais e o trabalho no Morro do Pau da Bandeira. Estava sofrendo a pressão dos traficantes da área para deixar de lado os discursos inflamados. Revoltava-se com a omissão das autoridades para com aquela gente e a conivência da associação dos moradores para com os traficantes na comunidade. Admirado até mesmo em outras favelas, discursava contra a ofegante epidemia do carnaval que, para ele, não era assim esse colosso, e a distração de nossa gente com as novelas.
Mas esta semana fui surpreendido com uma notícia alentadora... não, não, exultante é melhor. Um e-mail deste grande amigo, explicando as causas de seu sumiço na roda de samba da Vila. Precisou evadir-se do morro por causa de represálias dos traficantes à sua atuação comunitária. Não pode dizer onde está vivendo atualmente, mas garante que “em local seguro”. Parabeniza o blog e seus usuários pelo sucesso e garante que não abandonou a militância. Envia também um belíssimo texto acerca da visita de Joseph Ratzinger ao Brasil, que publico a seguir, e promete mais para breve.
Eis a mensagem:
Querido amigo Ciço,
Imagino que possa estar surpreso com esta missiva. Serei breve, pois as circunstâncias assim me obrigam. Passei por maus bocados no morro, mas agora estou em local seguro. Estou dando um tempo estratégico por aqui, mas queria parabenizar a você e aos usuários do blog por todo o sucesso. Envio a seguir algumas linhas sobre a visita deste a quem os fervorosos católicos denominam o sumo pontífice. Providencial sua chegada à terra brasilis, não acha?
Um grande abraço e o forte desejo de revê-lo em breve.
Zé do Caroço.
Apesar disso, era tímido... não, não, reservado é melhor. Reservado ao falar de si. Contudo, não se furtou em contar suas histórias pessoais e o trabalho no Morro do Pau da Bandeira. Estava sofrendo a pressão dos traficantes da área para deixar de lado os discursos inflamados. Revoltava-se com a omissão das autoridades para com aquela gente e a conivência da associação dos moradores para com os traficantes na comunidade. Admirado até mesmo em outras favelas, discursava contra a ofegante epidemia do carnaval que, para ele, não era assim esse colosso, e a distração de nossa gente com as novelas.
Mas esta semana fui surpreendido com uma notícia alentadora... não, não, exultante é melhor. Um e-mail deste grande amigo, explicando as causas de seu sumiço na roda de samba da Vila. Precisou evadir-se do morro por causa de represálias dos traficantes à sua atuação comunitária. Não pode dizer onde está vivendo atualmente, mas garante que “em local seguro”. Parabeniza o blog e seus usuários pelo sucesso e garante que não abandonou a militância. Envia também um belíssimo texto acerca da visita de Joseph Ratzinger ao Brasil, que publico a seguir, e promete mais para breve.
Eis a mensagem:
Querido amigo Ciço,
Imagino que possa estar surpreso com esta missiva. Serei breve, pois as circunstâncias assim me obrigam. Passei por maus bocados no morro, mas agora estou em local seguro. Estou dando um tempo estratégico por aqui, mas queria parabenizar a você e aos usuários do blog por todo o sucesso. Envio a seguir algumas linhas sobre a visita deste a quem os fervorosos católicos denominam o sumo pontífice. Providencial sua chegada à terra brasilis, não acha?
Um grande abraço e o forte desejo de revê-lo em breve.
Zé do Caroço.
Imagem: Don Quixote, de Pablo Picasso
Um comentário:
Ei Ciço, já estava com saudades dos seus textos...demorou mas voltou direito!
Postar um comentário